Visitas da Dy

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Ao Senhor das Estradas

 




Era um dia comprido e cansado

Desses de véspera.

De tanto caminhar,

Sentei à beira, na poeira, 

Com pés a desenhar mais que nadas.

E era a beira de sua estrada.

E eu era agora um tanto tímida,

Um tanto espera:

Não que seja habituada a invasões de terras,

Mas, às sombras de um pé-de-verso,

Árvore frondosa como no paraíso,

Encontrei uma  semente querendo florescer

Escrevo-lhe, senhor da estrada,

Com muita vontade  e pouca fé:

Deixa-me aqui a colher sua poesia

Desfolhada no outono alaranjado

Por elas sorrio e amanheço 

As noites que tenho em mim.


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