Era um dia comprido e cansado
Desses de véspera.
De tanto caminhar,
Sentei à beira, na poeira,
Com pés a desenhar mais que nadas.
E era a beira de sua estrada.
E eu era agora um tanto tímida,
Um tanto espera:
Não que seja habituada a invasões de terras,
Mas, às sombras de um pé-de-verso,
Árvore frondosa como no paraíso,
Encontrei uma semente querendo florescer
Escrevo-lhe, senhor da estrada,
Com muita vontade e pouca fé:
Deixa-me aqui a colher sua poesia
Desfolhada no outono alaranjado
Por elas sorrio e amanheço
As noites que tenho em mim.
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