Brechas se abrem em meus ouvidos
E ruídos passageiros entram.
Ocupam as vias de meus pensamentos.
Onde o futuro lateja, o passado ainda uiva.
São nas madrugadas longas e frias
Que eles habitam e se mostram,
Agora, acordados pelos ruídos roucos.
Sob efeito da imaginação caço a todos.
Calo as memórias ansiosas: é fogo cruzado
E vou deixar o mundo todo queimar.
Serei o raio e o trovão que arde e assombra.
Primeiro em mim, espantado os ruídos,
Contemplando os silêncios,
Fechando as brechas.
Depois, pelo lado de fora
Onde ninguém percebe o caos.
A poeta esconde bem os restos turbulentos
Do que foi seu medo real.
0 Comentários:
Postar um comentário