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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Cálida




O vento bate na janela
Passam das três: você não vem.
Hoje ela esperou o dia inteiro
Hoje e desde que disse "te espero".
Não há mais horas nos relógios
Não há mais nomes naquela boca.
Entre as palavras-verbos, confusão:
Quero. Espero. Erro.
Não há tanta conjugação
 Não há tempo, gênero, flexão.
No lugar da voz, rouquidão.
Não há nomes, acabou a memória.
É o vento batendo na janela
É o Sol ardendo no lençol
É a pele nua sem ser explorada
É um querer dito só pela ponta da língua,
Mas ela queria ser inteira,
Palavra viva, dita e cumprida,
Mas é silêncio engolido a seco
Melhor calar que falar ao vento


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