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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Aposta




Cheguei desarmada e desalmada.
Não é preciso ter armas para abalos (sísmicos?).
De paixão em paixão venço meus dias.
Não sou de abandonos nem tampouco de caridades.
Sou da lua, dos ciclos, das minhas vontades.
Faz parte da estratégia, do jogo, da aposta.
Roubo sorrisos, invado pensamentos,
Faço seresta no quintal de seu vizinho.
E no seu ouvido, o eco de meu riso.
Se a regra é clara, o tiro é certo:
Vou direto ao ponto,
Sem rodeios, de cabeça,
Sem outra coisa exposta
A não ser a parte da coxa:
Cruzo as pernas e as informações.
Nada há de tão escondido que eu não prove em desconfiança.
Nada há de tão inocente que eu enxergue a malícia.
De você quero o corpo, o suor, o jogo.
Não lhe peço a mão, nos poupo a tensão.
Àquela que está acostumado, seja terno.
A mim, acaso do destino, seja só honesto:
Ganhamos mais na entrega que nas pudicas regras.
Estou à cabeceira da mesa: giro a roleta, faço a aposta
Desisto do jogo se as cartas não forem boas.

Não tenho obrigações a não ser com aquilo em que acredito.

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