Visitas da Dy

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Cetim



Salto do céu e toco o chão.
Meu vestido paraquedas estaciona no assoalho.
Estou entre o cansaço e o desafio,
Entre o que imagina e o que deixo descobrir.
Se me cabem suas interrogações,
Faço minhas as exclamações.
Desmorono pensamentos quebrados
Desses que pareciam perdidos ao meio-dia,
Encontrados no meio do dia, se (de)morando nos olhos.
Sou brincadeira de quente e frio,
Verão-inverno, estações desnorteadas.
Se o coração precisava sangrar,
Desfez-se a necessidade última de gritar.
Entrego sorrisos bordados em tecidos leves
E junto ao chão, ao vestido e ao tecido sou canção.
O ritmo de um grito oco, passado, não me assusta mais.
Aprendi a domar as dobras do tempo pra lá de onde enxergo
E é aqui, nesse instante-espaço que salto do céu e toco o chão,
Que sou mais eu do que nunca: liberdades em cetim,

Algo entre o brilho e os olhos fechados.

0 Comentários:

Postar um comentário