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sábado, 26 de agosto de 2017

Balada do Sono Tranquilo




Segura minha mão até eu dormir nesse quase escuro que é meu quarto, nesse quase reino que é minha cama.
Segura minha mão pra eu não ter medo do escuro, não saber que já fui sozinha, não me render à tristeza.                     
Segura minha mão e conta uma história de como foi seu dia, pra eu dormir embalada em sua voz macia, seu aconchego de palavras, meu ninho aveludado.
Segura minha mão pra eu não lhe perder entre os dedos, pra eu saber que é meu por agora, pra eu não pensar no correr das horas.
Segura minha mão, que eu ainda sou pequena, que eu ainda sou menina, que tenho sonhos de algodão, mas gosto daqueles que se vendem nas padarias.
Segura minha mão enquanto caio, apagando, nessa noite longa, enquanto me desligo da agitação do dia, enquanto me desnudo de um pedaço de vida...

Segura minha mão até eu me entregar nesse sono tranquilo, até eu esquecer que queria ser sua bailarina, até que eu possa acordar como pássaro-menina pousada no seu braço-ninho e seja, de novo, inspirada pelo novo dia.

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