Segura minha
mão até eu dormir nesse quase escuro que é meu quarto, nesse quase reino que é
minha cama.
Segura minha
mão pra eu não ter medo do escuro, não saber que já fui sozinha, não me render
à tristeza.
Segura minha
mão e conta uma história de como foi seu dia, pra eu dormir embalada em sua voz
macia, seu aconchego de palavras, meu ninho aveludado.
Segura minha
mão pra eu não lhe perder entre os dedos, pra eu saber que é meu por agora, pra
eu não pensar no correr das horas.
Segura minha
mão, que eu ainda sou pequena, que eu ainda sou menina, que tenho sonhos de
algodão, mas gosto daqueles que se vendem nas padarias.
Segura minha
mão enquanto caio, apagando, nessa noite longa, enquanto me desligo da agitação
do dia, enquanto me desnudo de um pedaço de vida...
Segura minha
mão até eu me entregar nesse sono tranquilo, até eu esquecer que queria ser sua
bailarina, até que eu possa acordar como pássaro-menina pousada no seu
braço-ninho e seja, de novo, inspirada pelo novo dia.
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