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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Relâmpagos


Chega uma hora em que já não podemos mais voltar atrás. Chega uma hora em que já trilhamos tamanha parte do caminho que a solução é seguir em frente, pagar para ver, jogar com as cartas que temos nas mãos.
Chega uma hora em que nos vemos quase perdidos pelos caminhos que nós mesmos escolhemos e há aqui uma leve parada para (re)pensar a trajetória. É nesse momento que nos perguntamos sobre as possibilidades que deixamos de lado.
Tem um momento em que nos damos conta de que não é mais possível mudar o curso, trocar de rumo. Seja porque o vento não sopra a nosso favor, seja por falta de vontade de movimentar as velas na direção de outra ponta da rosa dos ventos.
É essa falta de retorno que nos agonia, que quase nos sufoca porque é possível nos ver como jogadores de xadrez recebendo um xeque-quase-mate, se é que, de fato, não nos mate, do qual tentamos fugir, mas o oponente do outro lado tem pleno conhecimento de nossos pensamentos e ações, porque não passa de nós mesmos.
Se a vida pode ser entendida como um jogo, somos ao mesmo tempo do mesmo time e somos nossos rivais. Somos a mesma torcida que vibra, que teme e que vaia. Somos ao mesmo tempo oscilantes, vacilantes e estimulantes. Somos os vários pontos de equilíbrio no imite de nossas ações, mas nem sempre sabemos qual é o passo a dar.
Talvez seja nessa hora que nos reconheçamos como raio que risca o céu. Como um relâmpago que ilumina o céu escuro, mas que não consegue ver a própria luz. Somos breves. Iluminamos rapidamente céus que desconhecemos e passamos...

Como um relâmpago, nem sempre podemos voltar atrás e o que nos resta é aceitar a tempestade que trazemos dentro de nós, esperançosos que um dia ela vire calmaria.

1 Comentários:

Anônimo disse...

A calmaria acalma ou ao calar-se por si só e então sorria? Serenamente sorria entre o bailar trovejante dos olhares dos raios que arrepiam. Preciosamente ansioso vem fazer o silêncio que o olhar decidido da tempestade que vaidosa anuncia. Sacia de fascínio quase indomável o desafio que naquela tempestade se via.

Hugo

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