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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Muros Rabiscados


08/09/13

Calaram-se as bocas
Secaram-se os beijos.
Restaram-nos os versos,
Os riscos nos muros,
As promessas loucas de vontade
De saírem da tinta
E realizarem-se no dia.
E as palavras mudas,
(Quase letras mortas)
Trouxeram à tona seus segredos
Emergindo à luz da aurora
Em tons de confissão:
Já eram ditas pelos olhares,
Já eram reveladas pela dedicação,
Já eram arrastadas pelo tempo.
(Oxalá, seja verdade!)
Ah, e o tempo...
As horas desfolhadas em prosa,
E a vontade de parar os ponteiros do relógio,
De calar o cuco,
De conter a areia.
Pelos muros, marcou-se a letra.
Pelos versos, escorreu-se o sentimento.
Pelo desejo, eternidade.
Pela presença, alegria.
Pela vida, planos.
Pelo real, utopia.

Pelos muros, nada mais que rabiscos.

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