Aceito o
castigo.
Não reclamo da
sina de poeta.
Se perco o
sono,
Se a insônia é
meu grilhão,
Que me venham
as noites com seus açoites.
As dores
viraram rimas.
Que me venham
os sonhos que tenho acordada.
Aceito ser
poeta e bem sei o caminho que tenho.
Não é fado que
se siga acompanhada,
Tampouco
absolutamente solitária:
Tenho a lua
por norte,
Estrelas como
inspiração.
Tenho nomes
como lumiares diante de meus olhos,
Tenho sonos
para velar,
Sou fiel
guardiã dos que repousam.
Das palavras
tiro o consolo,
E se me canso
enquanto todos descansam,
Recebo paga
maior do que os que dormem:
Vejo o céu
escuro se rasgar com o sol.
Recebo o dia
prematuro
E bebo, antes
do mundo, todas as suas alegrias.
Aceito,
obediente a sua profecia:
Manchará o
branco com o que vê,
Não será comum
entre os viventes
- Entre todos,
você já nasceu poesia.
Aceito,
satisfeita beber minha agonia.
Aceito a
existência notívaga,
Aceito a
condição de vestir-me de palavras
E de ser plena
preenchendo linhas vazias.
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