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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Os Poemas que me Acompanham


Entre os poemas que me acompanham
Prefiro os que falam de amor.
Por mais que eu duvide se ele virá,
Por mais que eu não saiba seu destino,
Por mais que a mim seja intangível.
Gosto dos versos que descrevem
Aquilo que pra mim é inatingível.

Dos poemas que me acompanham
Há os se escondem nas noites.
Há os rebuscados e solitários,
Há os risonhos, quase embriagados.
Os versos noturnos são homens mascarados:
Deixam ver os olhos, mas não a alma,
Sons mudos ecoando no vazio das esquinas.

Entre os poemas que me acompanham
Guardo nomes, declarações, planos.
Guardo as confissões de nada-por-vir
Guardo segredos de não-me-toque
E me rio com as rimas frouxas
Tecidas em verões frios, à contramão da estação,
Bebendo maresia em mar de morros,
Desaguando em oceanos de ouro.

Dos poemas que me acompanham
Deixo seus títulos em um papel.
Sou autora de tantos, admiradora de poucos.
Reconheço minha pouca durabilidade,
A imensidão do tempo e a brecha da memória.
Coloco-me no vão dos ponteiros.
Desfaço-me em cantos, contos,

Incontida pelos pontos.

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