Imersa nas
emoções que o primeiro vôo de avião me causou pensei muito na tecnologia e em
como ela ajudou os homens a ganhar os céus, imensidão de azul, salpicada de
branco e, antes, destinada apenas aos seres alados.
Ao entrar na “máquina
voadora” tremi. E fiquei assim por um bom tempo. Sempre disse que meu medo de
avião era pelo fato de EU não saber voar. Por mais seguro que possa parecer,
que as estatísticas afirmem eu não imaginava a possibilidade de voar e a adiava
ao máximo, mas dessa vez não tive escolha.
Enquanto olha
pela janela veio-me à mente a questão que tomava conta do imaginário dos homens
desde os primórdios: o sonho de voar.
Rapidamente refiz
um trajeto que foi ter suas raízes com alguns mitos e lendas que conheço.
O grande sonho
de Ícaro, lenda grega, era voar perto do sol. O jovem desobedecendo seu pai,
Dédalo, voou próximo ao sol, teve a cera que estruturava suas asas derretida e
caiu no mar Egeu.
Bem mais tarde,
em meados do século XV, Leonardo da Vinci desenhou máquinas de voar que
levariam o homem aos céus. No século XIX apareceram os balões bem leves e o
desafio por máquinas que fossem mais pesadas que o ar não era ultrapassado, até
que alguns inventores conseguiram voar em suas engenhocas. Ainda não temos um
acordo sobre quem foi mesmo o “pai da aviação”, se Santos Dumont, os irmãos estadunidenses Wright
ou o francês Ader, mas o fato é que no século XX o homem conseguiu o que queria.
Chegou até o azul.
Usando suas
asas mecânicas, seus recursos especializados, cálculos e mais cálculos,
conseguimos um meio de transporte rápido e que nos levasse para mais perto do
lugar pelo qual sempre tivemos fascínio.
Particularmente
o céu me encanta. Seu azul leve, constante, as nuvens que passam como quem
desfilam diante de nossos olhos empurradas pelo vento, os raios do sol que,
teimosos, furam as nuvens só pelo prazer de dourar nossas terras, as estrelas,
a lua, a imensidão.
Na me canso de
olhar para o céu e vejo o quanto chegar o mais perto dele possível era
importante para o homem: o desejo foi responsável por séculos de estudos e
ainda o é, porque nunca se consegue encontrar seus limites.
Talvez seja
porque não há limites.
Talvez seja
porque o céu é o lugar propício para as nossas idéias e por isso é tão grande:
para que possamos crescer cada vez mais.
Já conseguimos
voar. Já estamos mais perto desse azul encantado, mas não soubemos só aproveitar
as vantagens, ver as paisagens e refletir sobre nosso lugar no mundo, sobre o
solo no qual pisamos. Fomos além disso. Fomos além da beleza. Fomos capazes de
usar algo que nos mostrava o lado mais belo, que não podíamos imaginar e nem
ver de nossa perspectiva terrestre e limita em armas de destruição.
Mas essas são
reflexões de outro post...
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