segunda-feira, 25 de novembro de 2019
Incensos
Imensos céus nos cobrem.
Sobre nós tecem seus prazeres,
Cozinhando o juízo
Ao sol do meio-dia.
Ardendo os corpos
Em seus alvos lençóis
Às solidões das meias-noites.
E ousamos crer que nos céus moram os deuses
E elevamos preces incensadas,
Mais aladas que as palavras,
Esperançosos de um milagre.
Tu, ao contrário, acendes incensos ao amor
Perfumas o quarto, a sala, a vida
Enquanto sonhas com rendas e véus,
Enquanto desejas sussurros e beijos,
Enquanto amas aquela que o inspira.
E aqui, incansáveis, os incensos queimam
E envolvem o corpo sinuoso da amada
Em tua cama e longe dela
Porque é duradouro o perfume do amor
E ela o ostenta satisfeita e orgulhosa:
Está sob o céu, mas em seu altar
Ela reina como sua Afrodite particular.
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