quarta-feira, 20 de novembro de 2019
Esconderijo
Não sei se o sinto ou imagino,
Se o escrevo ou sonho,
Mas, o poema cresce.
Ganha lastro, alastra,
Invade, inquieta e acalma.
Porque é parte da divina arte,
Porque é tudo que me cabe
E se ouso ser entusiasmos
É que sei haver um esconderijo
Onde moram segredos e medos,
Onde habitam versos amorosos
De noites ardentes,
Leitos de tranquilidade.
Porque me tira o sono, mas, dá a paz.
Estremece a alma, mas, brotam sorrisos
Que fugiram de mim
Abandonaram meus próprios esconderijos
Porque já fomos iguais
E há de se haver uma saída,
Uma chance, um tempo-espaço único
Em que os corpos se encontrem e se abandonem
Em que as palavras se desnudem,
Se desejem, se consumam.
Há de haver a liberdade do verbo
Fazer
Sem que haja pudores
Ser
Estar
Compartilhar
Alcançar o novo e sair das cavernas
Não voltar à escuridão
O tempo de se esconder é findo
E a entrega começa ao darmos as mãos.
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