domingo, 24 de novembro de 2019
Escolhas
Não sou eu um ser de garbos,
De eiras e beiras,
Tampouco delicadezas,
Mas abuso das avarezas:
Dispenso lamúrias sobremaneiras,
Seriedades tantas e pautas vagas.
Neste mundo estou mais para
Um ser de amor e passagens:
Amo o que de ti me dá:
O riso estreito,
A força tamanha,
O noturno aconchego,
O vasto preito.
E a mim isso basta.
E devolvo o que posso
Por conta e risco:
Um tanto de liberdade,
Gargalhada cheia,
Um vinho salpicado de amargor.
Pouca dosagem, muita vontade.
No fundo sou de passagem
E a hora de partir chega
Com o nascente ou poente
Mas, ao anoitecer,
Desejo ser só de amor
Fazer de ti minha paisagem rotineira
Contar as luas no brilho de seus olhos
Saber que posso ir, mas, escolher ficar.
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