Pouco sei dizer do teatro da vida, mas me lembro bem daquela aparição no palco de minhas histórias.
Tinha uma iluminação que transpassava minha inspiração de recém-poeta, que aclarava os sentidos ao mesmo tempo me levava para outro lugar que era completamente alheio ao que já conhecia.
Era uma iluminação sagrada da qual tornei-me alma devota, entregue ao encantamento, ao desalinho de um não-sei-o-que-fazer, de um saber que, daquele momento em diante, eu deveria ser espera.
Aceitei o espetáculo ingênuo e singelo que o amor apresentava como quem não tem outra alternativa a não ser beber da eterna confusão dos corações que pairam entre a ilusão e realidade. Agora, aprendi a lidar com a luz que ofusca meus olhos: ela ensina-me o tato. E, enquanto anseio pelo toque, tateio sentimentos e sou expansões de compreensão, cuidado e sonho.
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