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quinta-feira, 18 de abril de 2019

Tatos



Pouco sei dizer do teatro da vida, mas me lembro bem daquela aparição no palco de minhas histórias.
Tinha uma iluminação que transpassava minha inspiração de recém-poeta, que aclarava os sentidos ao mesmo tempo me levava para outro lugar que era completamente alheio ao que já conhecia.
Era uma iluminação sagrada da qual tornei-me alma devota, entregue ao encantamento, ao desalinho de um não-sei-o-que-fazer, de um saber que, daquele momento em diante, eu deveria ser espera.
Aceitei o espetáculo ingênuo e singelo que o amor apresentava como quem não tem outra alternativa a não ser beber da eterna confusão dos corações que pairam entre a ilusão e realidade. Agora, aprendi a lidar com a luz que ofusca meus olhos: ela ensina-me o tato. E, enquanto anseio pelo toque, tateio sentimentos e sou expansões de compreensão, cuidado e sonho.

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