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quarta-feira, 17 de abril de 2019

Espera em Movimento



A mulher que lhe ama, hoje, saiu atrasada de uma cama que mal reconhecia. Sacudiu os cabelos molhados, recolheu a roupa do chão e não deixou bilhete de bom dia. Não vai ligar pra ele. Nem sabe se atenderá a ligação que ele fará.
Ela pairou ali, naquele lençol por diversão, por vontade, porque nenhuma espera precisa ser estática.
A mulher que ama você foge às suas regras: pede uma cerveja, ri alto e serve no jantar uma comida congelada. Ela tem as próprias rédeas e raramente as usa.
A mulher que ama você poderia mudar o mundo, poderia correr até você, poderia por-se aos seus pés, mas, ao contrário ela o faz enxergar o mundo como um turbilhão. Ela o faz correr pelas ruas sem pouca direção. Ela lhe dá pés para a caminhada e sabe que as histórias serão longas. É por isso que ela lhe espera chegar. Mas a espera dela é agitada. É fuga da monotonia. É fuga da saudade que ela tem dos dias que ainda não vieram.
A mulher que lhe ama diz seu nome ao vento enquanto ouve sua música favorita. Ela o enxerga nos detalhes que têm seus traços, seu cheiro, suas cores. E ela o espera, mas nunca vai parar por você, porque ela é movimento.

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