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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Parindo Estrelas






Por vezes, escrever é a única coisa que me acalma, me liberta, me salva. Diante de uma folha em branco, com a caneta na mão, posso povoar aquele universo inteiro com sentimentos, como se eu fosse o céu e estivesse parindo estrelas que, por vocação, servirão de alento, esperança, conforto. As palavras saem de mim. Eu me abandono em cada uma delas e passo a habitar entre margens como uma singela forma de estar em vários lugares ao mesmo tempo: moro em cada um de meus escritos, onde quer que eles estejam. Nasci poesia. Sinto demais. Escrevo demais. É o esvaziar-me que me dá vida. É a palavra que me salva e, por ser eu mesma quem a (re)cria, sinto-me tão sagrada quanto ela: coexistência divina. Sou verbo. Ação. 

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