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terça-feira, 28 de junho de 2016

A Dança




Ela dança. 
Os olhares se prendem nela. Sua alma empresta a leveza para o corpo e ela flutua.
Ela poderia, assim, escolher quem ela quisesse, se soubesse o tamanho de sua energia. Poderia morder os sentidos de qualquer um.
Ela poderia ser de quem lhe entendesse a mão. De qualquer um que já lhe ofereceu uma bebida ou tirou pra dançar, mas não. Ela escolheu você. 
Ela se desvia de todos os olhares para cair no seu. E, acredite, dá pra sentir daqui o toque dos olhos dela sobre sua pele, naqueles instantes em que, distraída, ela se prende em sua imagem.
Dá pra ver o brilho dos olhos dela quando as luzes se apagam e o pensamento visita seu nome.
Dá pra saber que hoje ela tem certeza de que encontrou alguém a quem seguiria até os confins.
Ela sabe que atravessou seus desertos só para ver você, mas o medo de ser uma miragem faz com que ela se paralise.
Ela dança.
Dança e sonha com os olhares que se cruzaram e pede aos céus que, um dia, os ventos a acalmem. Que lhe concedam a paz e o sono tranquilo. Que seu corpo seja o último lugar que os olhos dela pousem à noite e a primeira aparição de beleza pelas manhãs.
Ela sonha. E à sua espera, ela dança.

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