Saltarei do chão ao céu
Queimarei a noite
E toda a raiva, a mágoa, todo papel
Com esboços, planos, as dores de açoites.
Construirei asas de cera
Que me jogarão ao mar
Em uma queda esperada
(Aquele mar de verde-alface
Que beberei gota a gota como se só ele me bastasse)
Fecharei a boca, os olhos e o corpo
Como livro lido e guardado
Decorado
(Porque já está no coração
Ou
Porque enfeitei-o com minha própria mão)
Esquecerei minhas histórias
Esquecerei-me nos cantos das páginas
Aos poucos perderei o perfume
Aos poucos serei só manchas amareladas
Sussurros em olvido
De ouvidos não acostumados às poesias
Desconhecerei tudo o que escrevi
Tudo o que sonhei
E assim, desconhecerei o mundo,
Esse vasto e cansativo mundo.
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