Receba os versos que lhe fiz
São a expressão máxima do que posso.
São o resultado de todos meus esforços.
Receba-os, pois, é o que eu sempre quis
(Dar-me a você em silêncio e completude).
Tenho versos que são telas:
Caprichosos como as de Dalí,
Reais em meio a surreais contínuos,
Tateando absurdos concretos.
Beleza em caos de cores,
Harmonia desajeitada e (in)completa
Que tira tudo do lugar
E, ainda assim, quando se revela
É sentido conexo, utopia possível.
Tenho versos simples
Nem sempre singelos
Tampouco métricos,
Mas livres e perfumados.
Receba-os como flores:
Sinta o (meu) perfume,
Salpicado de notas
(Violetas)
Nesse papel inocente-mente branco
Atravessado muito mais pelo que sinto
Do que por aquilo que escrevo,
Porque aprendi a domar a língua,
Mas não o gosto que ela deseja.
Receba, então, os meus versos-temperos
Que dão sabor à minha boca,
Que me enganam mais para o doce
(Do amor)
Mesmo que o saiba agridoce.
Receba os meus versos que podem ser tantos
De pétalas a pimentas
De entregas a simulacros
De verdades escancaradas
De farsas inventadas
Mas cuja inspiração é a mesma
Para além de um arco-íris
Ou antes dele
Seja em meus dias de calmaria
Ou nas turbulências de uma insônia.
Receba os versos que tracei
Tentei-os sob medida,
Mas se não lhe couber
Lamento.
Jogue-os ao vento.
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