Pode alguém rodear-se de
pessoas,
Atravessar anos a fio entre
ruas e avenidas
E não experimentar o que é o
amar?
Posso eu jogar-me nessa
imensidão noturna,
Recitando versos que escrevi,
Bebendo espumas de sonhos
E não experimentar o que é o
mar?
Já creio que não.
Porque sei que há mar
E o que é amar.
Já tenho debaixo dos pés os
caminhos que preciso
E todos me conduzem para a
calmaria que desejo.
Isto posto, resta-me a espera:
Que tudo o que me assombra se
desfaça,
Que todo desamar, que me
desarma, seja diluído.
Que o amargor matinal venha com
o café
E seja adoçado pelos versos de
meus lábios.
Que todo mal-amar não caiba nas
malas
E fique pela estrada.
Sou como todos: um ser amoroso.
De um amoroso silêncio,
Às vezes, doloroso
esquecimento,
Noutras tantas, barulhenta
euforia,
Impulsos indomados de quem já
conheceu
O amar, o mar
E não sabe bem onde quer chegar
Mas abstém-se de não tentar.
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