A leveza de ser só me vem ao saber
Que todas as coisas têm sua medida exata.
Tudo existe em sua suave perfeição,
Ainda que pareça imperfeita,
Ainda que seja incompreendida.
Tudo aquilo que se extrapola,
Que se transborda,
Não vai além do que poderia,
Não vai além do que se permitiria.
Nada vai além do que já é:
A gota d’água no copo é total em si
E por mais que ultrapasse os limites
Será sempre a mesma gora d’água.
Somos sempre da mesma medida.
O mundo é que parece se encolher diante de nós.
O tempo é que parece acelerar a cada dia,
Embora sejam eles os mesmos;
Embora sigam a mesma rota que nós:
A (i)mutabilidade de nossa exatidão.
Esse delicado segredo de sermos nós mesmos
Estranhos a tudo,
Aos outros,
(E a nós – cada vez mais, menos)
E confusamente arranjados
Para permanecermos invisíveis
Diante dos nossos espelhos.
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