Do pó foi feito meu corpo,
Do sopro, inundou-me a vida.
No peito é arca sagrada:
Cabe cada vez mais amor.
E amo e (cl)amo noites inteiras
Deixo-me ser pó, poeira!
Feliz o que se reconhece pequeno
E se refaz grande.
Eu me reconheço branca
E me mancho de linhas.
Eu me reconheço imensa,
E me desfaço em poesia.
A poeira que sou é feita de letras,
O branco de minha pele é papel marcado:
Faço em mim mesma minhas impressões.
Só lê quem tem tato,
Só entende quem toca...
(Não em mim, mas na poesia que sou)
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