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quarta-feira, 10 de maio de 2023

Comer o mundo

 




Eu nasci com a boca bem aberta,

Escancarada em gritos de estreia.

Uma fome de sugar todo peito que aparecesse,

Desde que fosse cheio de histórias.

Um choro alto, de anúncios de revoluções.

Eu nasci com uma fome de mudanças.

E cresci levantando bandeiras,

Derrubando mastros-fálicos opressores,

Erguendo possibilidades de novos ares.

Nunca me dei por saciada.

Tenho, hoje, uma boca pintada de vermelho

E cheia de dentes, de quem rosna e morde.

Tenho uma boca de quem quer comer o mundo

E, claro, declamar o amor.


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