Visitas da Dy

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Romã




Os azuis enchem os olhos
Tal qual suas formas enchem meus pensamentos
Desliza a folha com o vento
Como minha mão por sua cintura
Eis que perco-me em sua curva
E nenhuma paisagem tem mais importância.
Estamos como que perdidos em vontades,
Labirintos de desejos, sem Ariadne.
O que falta para que pouse em meu braço?
Há romãs frescas sobre a mesa,
Seus encantos vermelhos invadem a casa
Seus aromas quentes passeiam ao pé do ouvido
Estendo a mão, convite para dança...
Ouça o qanum e se desfaça em transparências
Eu lhe espero, telúrica visão.
Quando romperá os limites do tempo?
Eu lhe quero no desafio de equilíbrios,
Em pontas de pés e rodopios
Eu lhe quero moldura em meu pescoço
Porque o mundo lá fora me cansa
E penso que só você, personificação do novo,
              Trará o cansaço morno e manso
               De quem venceu mais um dia.
               E eu desenho cenários lindos,
               Mas se você não vem,
                  Nada disso importa aos olhos que miram além

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