Amanheceu em
mim um tanto de pedaços.
Eu que não sou
dada às contas,
Não farei
conta se algo me faltar.
O meu coração
parece ter sido feito em cacos,
Cintilantes brilhos
vistos de meu olho.
Planetário,
observatório:
Contemplando estrelas
distantes:
Gotas de meu
amor derramado pelo chão.
Não, não há
nada de todo o mal.
Não há nada de
todo sério.
É só mais um
passo.
Trôpego, eu
sei, mas o destino é esse:
Um toque de “não
me leve a mal,
Não me leve a
sério”,
Por mais que,
no fundo, eu só pensasse em dizer “me leve”.
E fui leve na
passagem do tempo.
Fui o que
podia ser,
Alegre verão,
mesmo preferindo outono.
Fui passarinho,
Aprendi com o
poeta que os problemas passarão.
E meu coração,
atropelado,
Na contra mão,
em desvantagem,
Sem passe
livre, foi deixado ao chão,
Pobre vítima
da queda livre da paixão.
Afogado num
copo qualquer
Jogado da
borda de uma taça,
Misturado ao
vinho-sangue que bebi.
Machuquei-me
de leve
E não faço
conta da cota que paguei:
Valeu o sabor
da bebida.
De resto, a
vida me apanha ali na estrada,
Em seguida.
Como quem não
quer nada,
Como quem me
quer bem.
Como quem me
sabe companhia
E vai me levar
por aí,
Sem me exigir
pouco mais que atenção.