Visitas da Dy

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Horizontais





Pilar de minhas fantasias,
Derrama diante de meus olhos,
Seu néctar da ambrosia.
Padeço de um não querer
Falseado em sussurros de querer cada vez mais.
Entrego-me sem resistência,
Como nau à deriva no seu mar
Nessas horizontais linhas
Em que caibo tão bem.
É nessa cama que me entendo rio:
Deságuo em desejos e ais
Que são cânticos aveludados
Como o toque que me contorna,
Como as mãos que me emolduram,
Como os segredos que me invadem o ouvido.
Sou, nesse momento, toda arrepios
E, inconsciente, me fogem gemidos.
Daqui de onde me deito,
Abrem-se céus de outono
São avermelhados seus entardeceres
E estendem-se as noites contra todo o tempo.
Amanheço à meia-noite.
Floresço no inverno.
Ignoro as estações e suas lições.
Só obedeço meus impulsos de vulcão.
Estremeço e experimento a calmaria
Adormeço aproveitando a companhia
Tenho ares de quem se sacia
Mas por dentro ainda não sei o que é satisfação.

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