Olhando assim,
de longe, pareço ser como todo mundo, mas tenho asas. Nasci herdeira da
liberdade e aprendi a ser algo entre a água (pouco calma, muito profunda) e o
fogo (ardente e intensa).
Confesso que
desconheço a facilidade quando se trata de meu eu e dispenso as frases feitas e
os manuais “de bem viver”. Gosto de ser esse auto desafio constante.
Tenho um coração
que me transborda, me afoga em seus sonhos, me cobra o preço alto, mas justo,
de quem sabe que não consegue se domar senão pelo afeto.
Bebo, assim, a
rebeldia natural da juventude que tem vitalidade e vai sem medo em busca da
experiência e sou bicho solto, asas abertas no desconhecido, selvagem vôo no
seu brando céu azul de domingo de folga.
Não me agrado
com a ideia das rédeas, mas não descarto a possibilidade de ficar. O que não me
cabem são as celas, então, se souber fazer de seus braços um ninho, irei pousar
e se houver o afeto na dose certa vou querer voltar.
Não gosto do
café morno, muito menos quando esfria, então esteja ciente de que o fogo que me
ilumina os olhos, corre pelas veias e se espalha ao redor, não admitindo nada
que me tente cercear.
Sou, por
vezes, aquele enigma da esfinge, mas que traz as respostas ao pé de página,
como jogo infantil. Tendo o cuidado no olhar encontrará a simplicidade que me
conquista.
Na tristeza me
inspiro. Na alegria sou sorrisos. Entre as duas, suporto o dia e desprendo-me
na madrugada. Não busco minhas soluções. Aceito meus problemas e a eles dou o
tempo necessário para que se dissolvam em luz.
Mas o meu
tempo, meu bem, é areia. Se de ampulheta é precioso e limitado. Terá a sua
cota. Não a desperdice. O preço pode ser caro para seu parco investimento. Se de
deserto, é um tempo amplo, misterioso. Será um convite à descoberta. Também ao
conhecimento. Alerto-lhe que há movediças, mas também oásis. Atravessar-me, então,
será escolha sua.
Tenho quereres
infantis e fantasias proibidas para menores de 18. Tenho preguiça de quem não sabe o que quer e
quero tudo e quero agora.
Gosto de ser
livre, mas em algum momento posso questionar porque me deixa tão solta. Saiba ser
a presença, o toque, o sussurro e todos os meus espaços serão mantidos e
preenchidos ao mesmo tempo. Parece paradoxal, mas é tudo muito simples.
Ah, e se eu
disser que lhe gosto, entenda que é real. Não preciso de tipos. Por hoje, não. E
não preciso que seja recíproco, apenas sincero. Apenas claro. Preciso que seja.
Qualquer coisa. Mas que seja.