Porque as letras, mesmo as mortas,
esquecidas,
Trazem em si a essência de quem as
escreveu.
Trazem em si o calor no qual foram
pensadas,
Os tremores de quando foram ditas,
Os rabiscos das mãos afobadas,
Pouco importa se são garatujas ou caligrafias.
As letras soltas ou não,
Voando ao vento, alheias, flutuantes
Ou presas, ancoradas em nós, fixadas no
pensamento,
Nunca estão de todo perdidas.
Ah, as palavras que teimam,
Que correm pela veia,
Que queimam, que ardem e tiram a paz...
Ah, as palavras que saciam, que matam a
sede,
Que devolvem o sossego quase celestial...
Ah, as palavras que conseguem ser inferno e
paraíso,
Guerra e paz,
Janela e paisagem.
As palavras nunca são perdidas:
Sempre há o que se salvar,
Sempre há quem salvar.
Sempre há um bom motivo para não calar.
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