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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Salvação II


Em meio a tantas paredes frias,
Descoloriam-se as fantasias.
Tudo o que parecia restar era a conformação,
Cartesiana como a fome se dá pela falta de pão.
Como se o frio da chuva não bastasse,
Como se o inverno jamais terminasse,
Todos os casacos do mundo não aqueceriam,
Todos os ouvidos do mundo não ouviriam.
Os ecos das vozes roucas seriam esquecidos.
Poesia já se transformava em coisa de tempos idos.
Ninguém parecia ouvir os poetas e os versos choravam.
Ninguém sabia mais amar e as pessoas se isolavam.
Foi então que uma luz se acendeu:
Na ponta dos dedos o milagre floresceu!
A menina de olhos curiosos e vivos
Encantou-se pelos livros!
Salvou a humanidade:

Livrou-a de  toda insanidade.

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