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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Fio Vermelho


“Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se. Independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá se partir.”
Essa sabedoria chinesa martelou na cabeça dela o dia todo. E ao passar das horas a ouviu mais de uma vez. Devia estar na moda. Mais uma dessas frases que são repetidas incontáveis vezes em seus dez minutos de fama.
Não era. Findo o dia, outros tantos vieram e a frase martelava. Era como se o tal fio vermelho estivesse embolando-se cada vez mais nela. Havia começado como um novelo entre seus pés, mas agora já a envolvia até a cabeça, amarrando-lhe os pensamentos.
A água quente do banho ajudou a lavar os pensamentos. Ajudou a organiza-los, talvez. Pensou onde estaria o seu fio vermelho. Quem estaria segurando a outra ponta? Seria preciso um mapa da mina para descobri-lo?
Suspirou. Passou pela sala. Tomou uma bebida qualquer com gelo. Muito mais pelo prazer de brincar com cubos em temperaturas mais baixas do que os seus lábios do que para saciar a sede ou mudar o paladar.
De pronto pensou em uma série de pontas para o seu fio vermelho, mas nenhuma foi tão desejada quanto uma que, por acaso, havia se enroscado em seus cabelos vermelhos em um dia desses. Não era nada especial. Talvez nem tivera sido notada, mas notou e, de leve, sussurrou: Talvez os orientais estejam certos: talvez haja mesmo um fio vermelho que ligue as pessoas e, com sorte, o seu fio é o fio dos meus cabelos, tão vermelho, tão próximo de seus dedos...

Mais uma vez suspirou e desejou que a ponta de seu fio vermelho fosse logo encontrada. Não por carência, mas porque desejava se sentir amada.

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