"Aqui estou ardendo a minha eternidade", já dizia
Vinícius de Moraes. A eternidade e o infinito parecem voltar à baila. Mais do
que palavras redescobertas de um dicionário, parecem se transfigurar em
sentimentos.
Hoje temos muitos outros pensamentos que dizem "eu me sinto
infinito" (Das Vantagens de Ser Invisível) ou ainda "alguns infinitos
são maiores que outros" (A Culpa é das Estrelas). O meu preferido ainda é
o bom e velho Soneto da Fidelidade “Mas que seja infinito enquanto dure”.
Eu digo que, sobre os infinitos, somos múltiplos: somos nós e
somos o outro, os outros. Os tantos infinitos que nos cruzam e nos aumentam ou
diminuem de acordo com nosso contato, com nossa intensidade, com nossa abertura
para ser parte nossa e parte doada, experiência de troca sem fim que é a vida.
E se a vida é troca, que troquemos tudo de lugar: que possamos
ter amigos em cada canto do mundo, uma história pra contar sob cada céu,
iluminada por estrelas que brilham diferentes.
Se é para trocar, que troquemos de roupa, de livro preferido, de
cidade, de roupa, mas há uma troca que não me permito fazer, embora muitas vezes
seja necessária: a troca de amigos.
Coleciono amigos antigos. Quase um vício. Tenho alguns que nem me
lembro mais como a amizade começou: muito mais de 20 anos na estrada. Outros
são mais novos, coisa de 15 anos, uns de 10, outros bem mais novos, mas que
parecem ser tão conhecidos quanto os de longa data.
Sobre a minha coleção de caros e raros amigos, retomo as frases
sobre o infinito e a eternidade: que nossa convivência seja marcada nesse curto
espaço de tempo que temos chamado vida, que nos é eterno enquanto dura e que
nos faz sentir infinitos quando estamos com pessoas que nos fazem tão bem!
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