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segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Águas de Novembro

 



Talvez, sejam seus impulsos elétricos 

que percorrem os céus e as minhas veias,

que me atraem tanto.

Talvez, sejam os seus gritos roucos rasgando os céus,

chegando até o chão, estremecendo as almas. Talvez, seja essa cor escura que você carrega dentro de si 

para depois se abrir e revelar o céu claro.

Talvez, seja toda essa energia junta, 

de modificação, de força, de movimentação, 

que faz com que eu me apegue cada vez mais 

às paisagens de tempestades.

Talvez, seja porque somos muito parecidas: elétricas e selvagens.

Naturalmente indomáveis.

Talvez, seja porque somos filhas da natureza 

e assim nos atraímos.

Vejo a tempestade e penso na dança do tempo.

Penso na força ancestral 

e logo me imagino parte de um mundo 

que guarda em si mesmo tantas vidas 

quanto as gotas que caem nessa tempestade.

Sou, como elas, incontável.

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