Eis que carrego, sim, olhos de desejo
Olhos que secretamente desejam (o tudo)
Um corpo, um sonho, um cheiro.
Invento que me reconheço.
Invento que me encontro em poemas esvoaçantes,
Que me desfaço ao inverso
Porque não caibo entre suas mãos.
Eis que faço-me em penumbras,
Divertindo-me nas sombras
Porque o sol de teus olhos não me alcança.
Contento-me com o sussurro imaginado de sua voz:
Embriagando meus ouvidos.
Contento-me desperdiçando calores e sabores,
Desperdiçando vinhos e (li)cores
Que não enchem sua taça
Nem chegam ao seu paladar
Até quando?
Até quando seremos apenas vultos?
Desejo cores,
por mais que o veja preto e branco.
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