domingo, 19 de janeiro de 2020
A Catedral, a Força, o Tempo
Éramos, nessa vida, desconhecidas. De sua cidade-raiz eu ouvira o nome através de uma morna, de Cesária. Évora. Nenhuma relação entre as duas, além do nome, eu sei, mas era um eco antigo, guardado em algum canto de mim.
Évora. Florbela. Poesia. Uma relação mais estreita, de fato, mas, nada me levava a você diretamente até o momento em que subi aquela rua cheia de livrarias e cafés e artesanatos, fugindo de sensações tão intensas quanto diferentes sobre um passado que sempre estudei e que, em certa medida, agora era presente.
Eu jamais saberei descrever sua força, Sé Catedral de Évora.
Dentro de suas paredes grossas, suas artes tão antigas, seu jogo de luz e sombra, fazendo o tempo parar, esmagando toda e qualquer forma de se mensura-lo. Impondo sua existência. Arrancando lágrimas inexplicáveis e copiosas, como se fosse um reencontro com saudades ressentidas, mas com o mesmo orgulho explícito de ambos lados: forças diferentes, teimosas e resistentes, viscerais.
Da Catedral que me impactou, admiro sua força atemporal e tenho saudades de ver sua beleza nessa vida, tão grandiosa quanto em outras tantas.
Do tempo que para entre aquelas paredes, carrego ecos.
Da força que nos permeia, faço exercício de resistência.
De tudo isso sinto saudades, mas, não sei em que medidas.
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