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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Naturais




Relâmpagos cortaram os céus.
Pisquei os olhos rápido demais.
Um trovão rasgou meus ouvidos
E na velocidade do som tive arrepios.
De repente tudo era um breu,
Meus olhos fechados.
De repente a água jorrava
De repente o vapor subia
Tudo isso me tomava
Eram ares de frio e calor
Eram confusões solúveis em saliva
Eram poucas explicações em nenhuma palavra
Por sorte eu tinha suas mãos:
Contornos nos quais eu me sentia amparada.
O relógio estava abandonado na sala
Precipitamos como as nuvens
Desejosas de um desfazer-se
Reinventamos verbos e fenômenos                                         

Fomos naturais.

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