Naquele lapso
temporal
Em que o
ponteiro hesita seguir em frente
Também eu
fraquejo
E sem voz,
passo às mãos
O direito da
exposição.
Debulho todos
os meus eus
Todos os
passados que condenso nesses dias
Todos os séculos
vividos
Todos os seus
olhares que já me cortaram
E que ainda me
lembro
Porque
ultrapassaram, teimosos,
Todas as
espirais ancestrais.
Roubo do mundo
uma parte do encanto
Que já habitou
em nós
E hoje vaga
pelos campos.
Não por
abandono, mas por necessidade
O encanto que
um dia aninhamos
Hoje tenta
brotar
E se nada mais
temos em comum
Com o tempo
primeiro em que nós fomos
É por vago
esquecimento
Que meus
versos bordados de tinta
Por linhas que
não existem
Reavivam e
declamam aos seus olhos.
Se ainda
amamos a noite, se contamos as luas
É porque não
nos perdemos
E, por minhas
mãos que falam em versos,
Seus olhos hão
de ouvir
E meu peito
será o fim da escuridão,
Será o cais de
sua nau
Recebo-lhe de volta,
Minha embarcação.
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