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terça-feira, 26 de abril de 2016

Chama Divina





Cabe em nós uma porção do fogo divino
Da chama de vida
Que encanta, impulsiona, aquece.
Por esse fogo, presente roubado dos deuses,
Prometeu quebrou as promessas
E acorrentou-se para sempre.
Para manter vivo esse fogo,
Esse pássaro incandescente,
Fazemos do coração ninho.
E já esquecemos de nós mesmos,
Mas não do nome que lhe demos
Na primeira aurora quando o céu se coloria
Nem o esqueceremos diante do crepúsculo
Que arde em tons laranjas alegres
Antes de morrer em violetas saudades.
O amor, pássaro vermelho, nos condena:
A ser sua morada ou a amargar sua partida.
Assim e no mais tudo é demora.
Tudo é espera.
E do tempo já nada sabemos
Porque as luas passam em seu ritmo próprio
E o relógio nada vale para os céus.
Enquanto voa longe de meu ninho, espero
E é dos cristais que coleciono
Na borda dos olhos,
Que faço nascer cada um dos dias
Até que não haja vida
Ou até que me venha e, enfim, seja a própria vida
Envolta na coroa de flores que são meus braços
Imersa na noite despida dos medos
Iluminada pela fogueira das chamas divinas
Que roubada dos deuses, nos faz sua (ena)morada.

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