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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Pós-modernidade




Já era dia, mas ninguém parecia perceber
A criança já não se sentia infantil:
Acostumada a ser um adulto em miniatura.
Não havia distância,
Tudo estava há um clique:
O livro, o jogo, a pizza
E o mais triste: o amigo.
Aquele que se senta ao seu lado
Já não esboça sorriso.
Só sabe se expressar pelos dedos
E rapidamente, ao raiar o dia,
Com destreza lhe envia:
J
Isso, sim, é sorriso de bom dia!
Aqueles olhos que deveriam buscar o futuro
Acostumam-se com as paredes de seus próprios mundos
O blindex da janela do décimo quinto andar os protege.
Lá em baixo não existe.
É tudo faz de conta:
Faz de conta que não há pobreza,
Faz de conta que o céu é sempre azul,
E a vida um mar de rosas douradas.
Só que esqueceram de te contar dos espinhos.
E esse vão te ferir a carne tão logo precise descer de seu pedestal.
A vida, querido, é pra ser vivida de verdade,
Longe da sua versão digital
Andar de ônibus não mata, só demora, tira a paciência.
Sentir o calor de 35ºC longe de um ar condicionado é bom:
Faz sentir a pele arder, como deveria arder o coração.
Fastfood é enrolação: bom mesmo é cachorro-quente da esquina.
Aprende, criança, seu castelo é que é de faz de conta.
Logo a vida vem pra lhe acertar as contas.
Abra os olhos e pensa: o mundo gira,
Gira-mundo, girassol e gira a roda:
Daqui a pouco vai ter que passear aqui do lado de fora.
Abra os olhos, criança, ver o diferente é necessário.
Ser diferente é ter coragem,
Viver numa redoma é que é triste.
Vem pra cá aprender a ser gente,
A sentir como gente,
Vem mudar seu olhar e, quem sabe, o mundo!?

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