Os cabelos são
de fogo,
Os pés são
alados:
Ela não passa,
incendeia;
Ala não anda,
voa:
Sobre as ruas
e calçadas,
Correria e
agitação.
Passa por nós
entre atropelos e suspiros,
Com livros,
sacolas e esquecimentos.
O sol ainda
não nasceu,
Mas o céu já
se iluminou
Para o raiar
de um novo dia:
São os
sorrisos e os sonhos dela,
Que vão morar
na lua todas as manhãs.
Na ponta dos
dedos escorrem palavras,
Vazam sentidos,
muito sentidos,
Que a voz cala
e os dentes prendem na boca.
Sob o sol do
meio-dia ela se cansa,
Mas não descansa,
se lança:
É só o meio do
dia.
Com sorte verá
o por do sol,
Espetáculo dourado-alaranjado
Que lhe enche
os olhos e a alma
Renova as
forças, revigora.
Com sorte se
despedirá do sol que viu nascer.
Irá vê-lo
deitar-se lá de onde levantou: o mar.
Com sorte ela
vai colher brilhantes noturnos
Salpicados no
céu que escurece lentamente.
Com sorte vai
jogar seus beijos ao vento,
Vai receber
abraços da brisa.
Com sono,
pouco mais de uma da manhã,
Vê a madrugada
entrar.
Ela se prepara
pra entrar em seu pijama
– que dentro
cabe o mundo –
E vai
ressonar, indo à lua dançar
(se encontrar
com seus sonhos).
Vai viver,
amar, cantar...
Vai ser ela
mesma a noite inteira:
Só até o
despertador tocar.
E serão três
da manhã...
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