Visitas da Dy

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Do despertar entre irmãs

 




Estou farta de semideuses

De regras de beleza, padrões,

Posições. Com-pe-ti-ções.

É que ser mulher não é fácil.

É que ser mulher é um parir-se diário

E, claro, recriar-se, desdobrar-se.

E digo isso para as que nasceram mulheres,

Para as que se tornaram mulheres,

Para os que respeitam e honram as mulheres:

É preciso ser de luta, estar atentas e fortes

Para dobrar as esquinas assombradas de preconceito,

Para trilhar os desafios e as armadilhas.

Estou farta de armaduras e de matar um leão por dia

Sozinha. Julgada. Rotulada.

Estou farta de ser calada,

Marginalizada, assediada.

Estou farta da violência

Que já parece tão fascinante

Em dias de feira, normais.

Estou farta de ser podada

E decidi revidar da forma mais visceral

Da forma mais genuína e forte que posso:

Vou resistir pelo amor e pela arte

Num convite sincero e aberto:

Sororidade.

Precisamos de união, de compaixão.

Precisamos enxergar que somos mulheres:

Centelhas divinas da criação

Mãos escritoras de histórias

A delicadeza e a força da vida.

Somos irmãs.


0 Comentários:

Postar um comentário