Em verdes manhãs, colhi amoras
E com elas pintei meus lábios
Para dizer seu nome ao vento
(Parte do que sou).
Contei as horas do verão
Espreguiçando no tempo
Enquanto corria feito tempestade
(Outra parte do que sou).
Adormeci como quem tem paz.
E sonhei com seus olhos,
Suas mãos e seus cheiros
(Aquilo do que desejo fazer parte).
Não o alcancei nem o tive nas mãos.
Não me disse palavra nem verso.
Deixou-me ali: com seus castanhos.
Olhos fixos, macios, profundos.
Um convite ao mergulho.
Acordei como musa sendo observada:
Em despertar leve e cintilante
E quis ventar meus sonhos até você
Para que colha ardentes desejos
No lugar que semeou vontades
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