Há entre nós um rio
De águas correntes,
De um asfalto quente,
De distâncias imensas
E somos as margens.
Há o céu de me cobrir de azuis
Para que eu me esqueça da espera,
Para que eu me desfaça em tempestade,
Para que seus lábios me alcancem.
Quero, nesse rio, ultrapassar a beira,
Navegar seus braços e pernas,
Mergulhar segredos e cantos
Quero, nesse rio, descobrir-me mar
Dar-lhe um búzio para se guardar
E fazer de nós um talismã.
Quero a delicadeza das chegadas
Vagarosas correntezas,
Preguiçosas manhãs
Tempo parado no ar.
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