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domingo, 13 de setembro de 2020

Do princípio da liberdade

 



A poesia nasce do tanto que sinto,

Do muito que abrigo sem nem saber.

O quanto ainda cabe, não sei.

Engulo o choro, a raiva, a preguiça.

Acolho a dor, a angústia, a acídia.

Não me faltam verbos.

Esses entulham-se no canto da boca.

Sobram-me todos.

Inclusive aqueles que quero abandonar ou esquecer.

A poesia nasce no cotidiano,

No cansaço de todo dia,

Na insônia que habita o leito,

Na sua voz desejando o cuidado,

O carinho, o boa noite.

A poesia nasce de um sopro,

De um cochilo, de um piscar de olhos.

Ela explode e preenche,

Destrói e arrebata.

Ela pulsa e extrapola todos os limites

Porque é a mais pura liberdade.

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