A poesia nasce do tanto que sinto,
Do muito que abrigo sem nem saber.
O quanto ainda cabe, não sei.
Engulo o choro, a raiva, a preguiça.
Acolho a dor, a angústia, a acídia.
Não me faltam verbos.
Esses entulham-se no canto da boca.
Sobram-me todos.
Inclusive aqueles que quero abandonar ou esquecer.
A poesia nasce no cotidiano,
No cansaço de todo dia,
Na insônia que habita o leito,
Na sua voz desejando o cuidado,
O carinho, o boa noite.
A poesia nasce de um sopro,
De um cochilo, de um piscar de olhos.
Ela explode e preenche,
Destrói e arrebata.
Ela pulsa e extrapola todos os limites
Porque é a mais pura liberdade.
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