(Foto de Saulo Otoni, gentilmente cedida.
Juiz de Fora, quase tempestade, em 05/02/2020)
Quando me chamas de calmaria e me vestes de azul,
Oscilo entre o que tens e o que desejas.
Tens a mim como uma paisagem na janela:
Linda e limitada, mas, sabes ser um engano.
E, hoje, lhe ensino a liberdade:
Mudo minhas cores, risco teus céus:
De cima a baixo cravo minhas unhas reluzentes
Marco tua carne com os vermelhos que me apetecem.
Nos céus de tua boca, deixo meu sabor.
Nos céus diante de teus olhos,
Violetamente lhe causo espanto:
Minhas tempestades encantam e desesperam
Chegam fortes e imponentes
Como a mulher que cavalga as noites.
E se dissipam como a culpa dos penitentes
E é lá, ladeira abaixo,
Que seus pecados ficam
Ou moram: fixados na cruz
(A que carregas ou a que adoras,
A mim não importa)
Porque entre o teu e o meu ser
Tudo cabe e tem sentido.
Por isso tens-me calmaria, mas,
Admiras mesmo o brilho de meus olhos
Refletindo tempestades.
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