domingo, 2 de fevereiro de 2020
Raiz
Eu sei das lonjuras todas:
As das estradas e as do tempo.
Eu sei dos entraves todos:
A falta de impulso,
O pseudo-excesso de querência.
E, à essa altura de sua existência,
Permita-se fechar os meus olhos,
(Com a ponta de seus dedos
Ou embrulhando-os em um beijo)
E ver-se como eu o vejo.
Já estamos muito longe e é tão tarde!
Quanta vida ainda demora
Para chegar cantando versos de outrora?
Permita-me que me canse da espera
Que eu emudeça só por um instante,
que me conforme com a sorte
De não recebe-lo no portão.
Há um leve amargo iluminado de poesia no silêncio,
E sua raiz é divina.
Permita-me confessar medos
Que tornam as lonjuras maiores
E, se puder, acaricia-me a face
Deixando-me desfeita em seu encanto.
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