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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Vastidão





E no vasto mundo da Primavera, voam as borboletas.
Não sabem que são limitadas pelo azul,
Só existem e colorem o ar.
Só lá fora, onde ainda restam flores.
Aqui, do lado de dentro,
Sobre nossas cabeças o céu parecia desabar
Tudo era cinza e concreto
Água podre, fumaça e vento.
Pouca esperança sob escombros
E a força bruta se esvaindo.
Onde estava sua poesia,
A luz no fim do túnel,
A salvação da agonia?
Sou a borboleta sem asas
Ou de asas fechadas
(Quem é que sabe?)
Cansada, acuada
Respirando por teimosia
Resistindo por vocação
Mas, à beira do abismo
Sem poder pousar em nenhuma mão
E temendo o fim do inverno
Temendo não ver chegar seu fim
Temendo não voar no vasto mundo da Primavera
Em que os céus, de novo, se abrirão para mim.
Voam, agora, mais as folhas que o tempo,
Conto, agora, o fim das noites,
Mas desejo o entardecer das montanhas antigas.

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