Ouço o vento e sua variedade de
vozes.
São preces que não chegarão aos
céus.
São risos que não conhecem curvas
E ecoam como gotas de chuva
Escorregando em folhas de
parreiras.
E eu, tenho várias formas de me
mostrar
De parecer o que sou, sem ser
de fato.
Anseio pela verdade, mas duvido
de sua existência.
Assim, a vida é o que está
posto:
Pé ante pé, construção,
descaminhos, desvarios.
Assim, eu sou o que nunca
finda:
Metamorfoses, canções, poesias
velozes.
E até onde vou?
Até onde iremos nós?
Irei até onde minha letra toca.
E, se “nós” for mais do que a
corda que o pescoço me enrola,
Se “nós” deixar de ser nome,
Se “nós” for além, conjugação,
Seremos sem que haja razão.
Seremos só pelo desafio
E pelas buscas contínuas que
aquecem do frio.
Serei eu imersa em sons,
palpitação.
Serei eu aquela que mesmo
escondida se mostra
Porque sou as transparências
dos véus.
Porque despida mostro a alma
E o corpo, vitrine, cintila
meus sonhos.
Que são crescentes como a lua
madrigal.
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