*Annit: deusa babilônica,
chefe da lua, substituída por Ishtar
Tive braços que foram seu
pouso,
Muralhas de proteção.
Meu colo recebia sua cabeça em
descanso.
E todo o mundo cabia dentro do
peito
E todo o universo era tocado
nos lábios.
Contei muito mais que estrelas
Até que você pegasse no sono.
Adiantei muito mais que horas
Até que voltasse pra casa.
Cantei em muitas outras línguas
os meus versos,
Uma Babilônia de encantamentos.
Se toda a cidade coubesse em
uma caixa
Meu reino encantado de jardins
suspensos
Ainda seria o seu lugar.
E, se eu lhe soubesse joia
minha,
Pouparia seus prantos,
desencantos,
E colheria meu coração nas mãos
Como flores ofertadas em
consolos.
Fossem todos meus os seus olhares,
Andaria com o corpo nu à lua,
Para que me visse, companhia de
Annit*,
Sempre por perto, tocável.
Mas nublam-se até os céus mais
cintilantes:
Porque agora me doem as noites
que amei.
Doem as cadentes estrelas que
se jogaram nos enfeitando
Porque estão distantes de seus
lugares
Como estamos eu e minhas
vontades
E esse movimento de quase cair
Deixa um vazio de assombros.
Esse movimento do cair (em si?)
Deixam opacas as cores e os
risos.
Abandonei meus céus
Mas não esqueço de como era
voar.
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