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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Lapso de Tempo


Foi um lapso do tempo,
Um piscar de olhos
Um vento brando:
A solidão desfez-se em espuma,
Voou na luz da tarde quente de quase primavera.
A conta-gotas, contando passos, ele veio.
O sentimento não mediu espaços,
Não mediu o tempo,
Não desfez os laços
E nem os fez.
Caiu como areia na ampulheta.
Rasgou o corpo, serpentou por toda veia
Desembocou no coração.
Jogou pela janela a razão.
Tremeu terras, coloriu os céus.
Deu asas para os sorrisos,
Fez verão na contramão.
Perde-se o rumo, perde-se o prumo,
Perde-se a noção.
Acelera o relógio e para o tempo:
Faz da eternidade um suspiro,
Mora na alma e muda-se para perto de um rio.
Leva a alma, salva, calma,
Ainda que cause arrepio.
Vaga no ar, na noite, no dia,
Pisca o olho e encerra a monocromia.
Concentra-se nas cores,
Nos sons do dia.
Acorda do sonho e a cabeça rodopia:
Tudo aconteceu num bater de ponteiros,
Num passar de segundo,
Na rota entre eu e a gota de orvalho que caia.
Tudo passou em breve tempo,
Breve espaço,
Breve raiar de euforia.

Era o lapso do tempo que já se despedia.

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